Sumário executivo

O Country Risk Atlas fornece informações abrangentes sobre os fatores econômicos, políticos e de ESG que influenciam o risco de não pagamento para empresas em 84 economias. A análise é baseada em nosso modelo proprietário de classificação de risco, atualizado trimestralmente de acordo com o desenvolvimento econômico e os dados proprietários da Allianz Trade sobre insolvências globais e o ambiente de negócios. O Country Risk Atlas foi concebido para ajudar empresas e investidores a tomar decisões informadas, identificando potenciais riscos e oportunidades em todo o mundo.

O ano de 2023 foi marcado por sinais de resiliência em muitos mercados. Atualizamos 21 economias que representam cerca de 19% do PIB global, contra oito em 2022. Essa lista incluía vários mercados emergentes, como China, África do Sul, Qatar, Argélia, Marrocos, Omã, Bulgária, Tanzânia e Uruguai, que demonstraram resistência aos choques globais. As perspectivas para várias economias avançadas também melhoraram, incluindo a Croácia (com um upgrade duplo no primeiro e quarto trimestres), Chipre, Grécia, Islândia e Eslovênia.

No entanto, também rebaixamos a classificação de quatro economias em 2023, como o Egito devido a uma perspectiva mais sombria para a liquidez disponível e Israel devido ao aumento do risco político. Em termos regionais, a África registrou o maior número de upgrades (10), seguida pela Europa (6), enquanto apenas a China e o Uruguai viram as suas trajetórias de risco melhorar na Ásia e nas Américas, respectivamente. Ainda assim, a África continua a ser o continente com maiores dificuldades em termos de liquidez e acesso aos mercados internacionais, em uma altura na qual o risco de liquidez está aumentando em quase todo o mundo. Neste contexto, o ciclo atual e os esforços persistentes de política fiscal e monetária podem desencadear novos upgrades nas Américas, sendo que África e o Oriente Médio têm maior probabilidade de ficar para trás.

Globalmente, o risco global de não pagamento para as empresas se situa em risco médio, quase de volta aos níveis de 2019. A classificação média de risco da África se encontra acima de três (Sensível), enquanto o Oriente Médio, a América Latina e a Europa Oriental (incluindo a Rússia) estão próximas, mas abaixo de três (Sensível). A Ásia-Pacífico está ligeiramente acima de dois (Médio), e a Europa Ocidental e a América do Norte estão próximas de um (Baixo).

Já olhando para o futuro, vários fatores continuarão desafiando o cenário de risco. Em primeiro lugar, esperamos restrições de liquidez em um ambiente de dívida pública e privada elevada e de taxas de juro elevadas. Em segundo lugar, o crescimento abaixo do potencial na maioria das regiões e o menor poder de fixação de preços para as empresas irão impulsionar o crescimento das receitas para baixo. Terceiro, as insolvências empresariais deverão aumentar (+8% a nível global em 2024), com a Europa e os EUA liderando a aceleração. Em quarto lugar, as cadeias de abastecimento globais estão mudando de forma, prejudicando as economias com déficits duplos, principalmente nos saldos da balança corrente. Por último, uma geopolítica cada vez mais polarizada aumentará a incerteza em um ano repleto de eleições, com as economias responsáveis por 60% do PIB global indo às urnas.